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sábado, 17 de dezembro de 2011

Técnica mantém voz de paciente após retirada de tumor na cartilagem cricoide

 

Procedimento reconstrói um anel de cartilagem no pescoço do paciente chamado cricoide com uma fatia da ponta da omoplata

 
Foto: University of Michigan
Douglas Chepeha, responsável pela pesquisa
Douglas Chepeha, responsável pela pesquisa
Quando a norte-americana Sherry Wittenberg foi diagnosticada com um câncer raro na cartilagem cricoide da laringe, os médicos disseram a ela que a única maneira de tratar a doença seria remover as cordas vocais. A operação iria deixá-la incapaz de falar normalmente e exigiria que ela respirasse por meio de um buraco em seu pescoço para o resto de sua vida.
Wittenberg procurou uma segunda opinião no University of Michigan Health System, onde Douglas Chepeha lhe ofereceu uma alternativa - a opção de se submeter a um novo procedimento que, se bem sucedido, lhe permitiria manter sua voz.
A técnica reconstrói um anel de cartilagem no pescoço do paciente chamado cricoide com uma fatia da ponta da omoplata da pessoa.
"O maior desafio é que os médicos nunca conseguiram reconstruir a cartilagem cricoide para que o paciente pudesse respirar por meio dela. A reconstrução tem que ser forte e fina - tem que segurar a laringe e os componentes da laringe juntos, e ainda estar aberto para que o paciente possa respirar por ele", diz Chepeha, diretor de cirurgia microvascular no Departamento de Otorrinolaringologia e de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, na UM Medical School.
A ponta curva da escápula de um paciente, ou omoplata, oferece a combinação ideal de atributos, Chepeha explicou. E os vasos sanguíneos que alimentam o tecido da escápula são deixados intactos.
"Tivemos a esculpir este pedaço do ombro dela um pouco e depois colocá-lo em sua via aérea. Quando você faz um transplante de uma parte do corpo do paciente para outra, você não tem o risco de rejeição que teria com um doador externo", disse ele.
Um enxerto de tecido retirado do interior da boca de Wittenberg foi usado para ajudar a reconstruir o forro de sua laringe.
"Nós tivemos que prestar muita atenção aos músculos e à cartilagem que foram anexados ao cricoide. Nós tivemos que retirá-los com cuidado, verificar se tínhamos removido adequadamente o tumor e, em seguida, assim que a ponta da escápula estivesse na posição, tivemos que recolocar os músculos e as cartilagens", disse Chepeha diz.
Em apenas três meses, Sherry conseguiu retornar ao trabalho, com sua voz intacta e livre do câncer de laringe.
"Meu maior medo era que eu não conseguisse falar de novo, voltar a trabalhar. Meu marido é produtor de leite e a agricultura tem sido muito dura estes dias. Eu sabia que precisávamos do meu trabalho. A única diferença é que a minha voz não tem mais o mesmo volume que tinha antes. Eu me sinto como se fosse um milagre. Aconteceu de eu estar no lugar certo com o cirurgião certo na hora certa, disposto a tentar algo que nunca tinha sido feito", disse Wittenberg, 58 anos, de Cement City, Michigan.
Hoje, Wittenberg disse que sua respiração voltou ao normal e que a sua fala está muito próxima ao que era antes da operação.
Fonte :isaude.net

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